Em meio à guerra das vacinas e à escassez de imunizantes contra a Covid-19, empresários, autoridades de saúde e representantes polÃticos debatem as vantagens de um possÃvel inÃcio da imunização na rede privada de saúde. Entre as crÃticas e defesas, o presidente do Hospital Albert Einstein, Sidney Klajner, entende que cabe à rede privada participar do processo como forma de auxÃlio ao Sistema Único de Saúde (SUS), não com uma alternativa de vacinação. “Tenho a convicção que o momento atual de escassez deve privilegiar, assim como em todo o mundo, que a população seja vacinada de forma mais rápida na sua totalidade. Só há um meio de fazer isso no paÃs, que é o SUS vacinando. Não vejo ambiente propÃcio nem por parte das clÃnicas, nem como organizações como a nossa, de comercializar vacinas, o nosso papel tem que ser um papel que auxilie o SUS a fazer o programa de vacinação, participando com logÃstica, capilarização da aplicação, armazenamento e não simplesmente adquirir vacinas para que seja disponibilizada para quem tem possibilidade de compra. Isso é a postura nossa, é a postura do Einstein também, vejo a oportunidade do setor privado participar no auxÃlio ao SUS e não fazer em paralelo vacinação com quem tem acesso.”
Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, nesta segunda-feira, 1º, Klajner explicou que, considerando a “corrida das vacinas”, não há qualquer aceno das farmacêuticas de “vender ao setor privado o que não está conseguindo ser vendido para os governos e para os paÃses”. Para ele, o momento de entrada independente das clÃnicas na imunização deve acontecer apenas quando não existir uma escassez dos compostos. “Quando tivermos ampla disponibilidade, imaginamos que toda população de alto risco estará vacinada, aà sim podemos dispor [das vacinas] em um cenário futuro. Vejo isso acontecer no segundo semestre, haja vista as grandes pesquisas em andamento e as novas empresas e os novos imunizantes entrando no mercado. Só vejo disponÃvel no setor privado quando não houver falta para o setor público”, pontuou. O presidente do Hospital Albert Einstein se posicionou contrário à possibilidade de empresas comprarem imunizantes para vacinação de funcionários e destinarem parte da aquisição ao SUS. Segundo ele, a proposta iria ampliar as iniquidades do paÃs. “Apesar da boa vontade, isso pode no fim das contas ser mais um dado que quem tem acesso ao setor privado irá passar na frente do SUS, deixando muito o exemplo de iniquidade. Ajuda uma dose pra um ou outra, mas não resolve. Doação da compra de empresas 100% para o SUS aà é algo que possa contribuir, mas nem isso está disponÃvel.”
Fonte: Jovem Pan