Um acampamento de indígenas foi montado na Esplanada dos Ministérios em manifestação contra o marco temporal. Representantes de diversas etnias estão há algumas semanas acampados em uma área próxima ao teatro nacional para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF), que analisa a tese nesta quarta-feira, 25, que pode definir o futuro das demarcações no Brasil. Na prática, a Corte vai analisar a ação de reintegração de posse movida pelo governo de Santa Catarina contra o povo Xokleng, referente à terra indígena Ibirama-Laklanõ, onde também vivem indígenas Guarani e Kaingang. Para o presidente Jair Bolsonaro, no entanto, o objetivo do acampamento é apenas ”tumultuar”. “Não vai intimidar não. Essa organização está sendo bancada por uma ONG, o objetivo é tumultuar”, disse.
A tese que embasou a ação movida pelo Estado de Santa Catarina vem sendo utilizada pelo governo federal para travar demarcações de terras indígenas. O presidente questiona, no entanto, quem são os reais interessados nessa questão. “Eles são massa de manobra, são usados. O pessoal do MST também, a maioria é usado. São pessoas que vivem de esmola e de mentiras, dizem que querem tratar aqui do tal do marco temporal”, afirmou. Logo após dar as declarações em conversa com apoiadores, Bolsonaro foi ao Planalto para receber o presidente da Guiné-Bissau, general Umaro Sissoco Embaló. Por se tratar de uma visita de Estado, o militar foi recebido ao som da banda da guarda presidencial e em meio a 21 tiros de canhão. Bolsonaro e o general se reuniram por cerca de 20 minutos e, após o encontro, ambos manifestaram o interesse em intensificar os laços entre os dois países.
Fonte: Jovem Pan