A alta de internações pela Covid-19 preocupa a rede privada de saúde do país. Com aumento de contaminações pelo coronavírus e suas consequências, hospitais relatam superlotação de unidades de terapia intensiva (UTIs), com 88% de ocupação, e temem colapso generalizado do sistema de saúde. O presidente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo, Francisco Balestrin, avalia que para conseguir frear a pandemia, o Estado de São Paulo deveria adotar restrição total à circulação de pessoas por, pelo menos, duas semanas. No entanto, ele reconhece que autoridades estaduais e municipais precisam avaliar os impactos da medida em outros setores da sociedade. “Como governador e prefeito, eles têm que pensar em conjunto muito grande, pensar na economia, na realidade social, no relacionamento entre as pessoas, no comércio. Então essas autoridades têm sempre um pensamento mais amplo. Se eu fosse [autoridade estadual] e pudesse pensar única e exclusivamente na saúde, claro que as medidas seriam mais drásticas. São Paulo deveria entrar em lockdown, ou não vamos segurar essa pandemia, por pelo menos duas semanas.”
Francisco Balestrin cita como exemplo de lockdown severo e funcional a adoção de restrições na Itália, um dos primeiros países a registrar casos da Covid-19 na Europa. Segundo ele, as medidas, que possibilitaram o controle das internações e do colapso na saúde, deveriam ser adotadas em outros locais. “A Itália foi o berço da pandemia na Europa, tanto é que o primeiro caso no Brasil foi caso de uma paciente que tinha ido passar férias na Itália. A Itália, que também tem sistema de saúde onde todas pequenas cidades têm serviços públicos de saúde, imediatamente fechou e ficou fechada praticamente um mês. Prefeitos diziam para as pessoas não sair, praias fechadas, as pessoas não podiam se locomover. E isso conseguiu segurar [o avanço do coronavírus] e veja agora o exemplo que temos, a Itália tem 3 vezes o volume de vacinas para completar a vacinação. Foi um processo completo”, disse em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan.
Fonte: Jovem Pan