Taxa de efetividade de vacinas usadas no Brasil supera resultado de testes iniciais, diz médico da Fiocruz

Maior taxa de efetividade dos imunizantes em mundo real é resultado da proteção coletiva

Um estudo conduzido pelo projeto VigiVac da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) identificou que a taxa de efetividade das vacinas contra a Covid-19 utilizadas no Brasil superaram os resultados dos testes iniciais com voluntários realizados pelas farmacêuticas. O grupo analisou os quatro imunizantes administrados no país – CoronaVac, AstraZeneca, Pfizer e Janssen – no período de janeiro a outubro de 2021. Foram apuradas informações de 163 mil brasileiros, entre vacinados e não vacinados. Para a população abaixo de 60 anos, todas as vacinas analisadas apresentaram proteção acima de 85% contra risco de hospitalização e acima de 89% para risco de óbito pela doença, aponta o estudo.

“A gente encontrou uma proteção maior do que tinha sido apresentado nos testes para provar as vacinas”, afirmou Vinícius Oliveira, médico sanitarista da Fiocruz Bahia. Segundo o pesquisador do projeto VigiVac, a maior taxa de efetividade dos imunizantes em mundo real é resultado da proteção coletiva conferida pelo avanço da campanha de vacinação no país. “Os ensaios clínicos são aferidos com população controlada, sorteada. A pessoa não sabe se ela está tomando a vacina ou o placebo. Então, você vai analisar uma proteção individual”, destacou.

“Os estudos do mundo real de vacinas têm tido efetividade maior. A razão mais importante para isso é a proteção coletiva. Isso porque, com a vacinação, a circulação do vírus diminui. Você não adoece porque não tem de quem pegar a doença. Isso faz com que as internações e hospitalizações caiam na população como um todo”, analisou Oliveira. De acordo com o médico sanitarista, esse não é um fenômeno restrito à vacina contra a Covid-19. “Não acontece com outros medicamentos, mas com as vacinas acontece por causa desse efeito de proteção coletiva. Pode acontecer também em outras situações em que você trata a população em massa”, explicou o pesquisador.


Fonte: Jovem Pan

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