Em 12 de novembro de 2019, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou a criação do Aliança Pelo Brasil, partido que o abrigaria após rompimento com o PSL. Em 5 de dezembro de 2019, o vice-presidente da sigla, Luís Felipe Belmonte, registrou a legenda em cartório. Fundado com promessas de disputar já as eleições municipais de 2020, o Aliança não conseguiu obter o reconhecimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para formalizar sua criação e participar do pleito. Um ano após a criação, Bolsonaro afirmou que terá uma “nova opção” de partido em março se, até lá, o Aliança pelo Brasil não sair do papel. Em entrevista à Jovem Pan, Belmonte afirmou que, mesmo sem a presença de Bolsonaro, o partido continuará sendo uma “sustentação” para a reeleição do presidente. Independentemente dos contratempos causados pelas fichas rejeitadas, pelo processo lento da Justiça Eleitoral em decorrência da pandemia do coronavírus e do possível abandono de barco por Bolsonaro, o vice-presidente afirma que os apoiadores continuam “firmes” e “determinados” para a fundação do partido, que, segundo ele, servirá para “preencher a lacuna” deixada por legendas conservadoras no espectro político brasileiro.
De acordo com a Justiça Eleitoral, até agora, o Aliança só conseguiu validar 10% das 491.967 mil assinaturas necessárias. Dentre as 87.460 fichas enviadas ao TSE, 38.070 não foram aprovadas. Segundo a Justiça, entre os não aptos, 24.680 eram de eleitores filiados a outro partido, 1.515 de apoiamentos já registrados, 1.353 de eleitores que tiveram o título cancelado, 294 de eleitores suspensos, 278 de eleitores inexistentes e 87 de eleitores falecidos. As assinaturas do partido começaram a ser colhidas em dezembro de 2019 e seguiram durante janeiro e fevereiro. Em seguida, o recolhimento foi pausado por causa da pandemia da Covid-19 no Brasil. “Retomamos o recolhimento de fichas agora em setembro. Com todo esse tempo parado, nós, hoje, entre fichas lançadas no sistema e fichas para lançar, temos um número próximo de 300 mil fichas”, informou Belmonte. “Eu acho que [o número] está bastante razoável, com uma velocidade muito boa. O único problema que nós temos encontrado é a questão da Justiça Eleitoral, que ficou um período longo em regime de home office sem poder processar fichas. E, quando a Justiça voltou à atividade, foi devido às eleições municipais”, explica o vice-presidente. Belmonte diz acreditar que o Aliança terá o número de fichas exigidas pela legislação entre janeiro e fevereiro de 2021.
Fonte: Jovem Pan