A arte brasileira está em evidência mundial. O mais recente fato está na compra do quadro A Caipirinha, de Tarsila do Amaral. Em dezembro, a obra foi arrematada em um leilão na Bolsa de Arte de São Paulo por R$ 57,5 milhões — um valor recorde. Para Lisbeth Rebolo, presidente da Associação Internacional de Críticos de Arte, tal situação deveria ser considerada normal por ser reveladora da importância da artista. “O reconhecimento dos artistas brasileiros. E nós não deveríamos achar excepcional nada disso, mas sim normal. É o lugar e espaço que temos que conquistar. Entre o reconhecimento de um espaço para o artista, para a arte brasileira, para nossa produção de história, para o nosso modernismo. Isso repercute para o país de maneira extremamente positiva.”
Outro nome bem cotado nos últimos tempos é o de Beatriz Milhazes, que se tornou a artista brasileira viva com a obra mais cara arrematada em um leilão. O quadro Meu Limão, em 2012, foi levado por US$ 2,1 milhões. Ela também estampa seus caleidoscópios coloridos em uma das coleções de bolsas mais recentes da Louis Vuitton. E, pelo Brasil, a reabertura dos espaços culturais — com restrições e cuidados por conta da pandemia de Covid-19 — também foi efervescente, com ingressos esgotados em muitos locais. Um estudo do Projeto Latitude em quatro países da América Latina (Argentina, Brasil, Chile e Colômbia) mostra o impacto da pandemia da Covid-19 no mercado de arte.
A boa notícia é que, mesmo em um ano difícil, o setor teve um desempenho positivo. No Brasil, entre os 78 agentes que responderam à pesquisa, o primeiro trimestre de 2020 foi positivo — com perdas no segundo e retomada no terceiro. Para Lisbeth Rebolo, além do viés econômico, estimular o setor é fundamental para estimular o ser humano. “É um campo que imprescindível para a formação da pessoa de todos os pontos de vista. Psicológico, formação como cidadão e bem estar como pessoa.” Feiras, eventos virtuais, parcerias e colaborações ajudaram a minimizar os impactos. Agora, a expectativa é que 2021 traga mais ares positivos para a arte brasileira e mundial.
*Com informações do repórter Fernando Martins