Um estudo feito por pesquisadores do King’s College London, no Reino Unido, alertou para a presença da variante Delta da Covid-19 no contágio em crianças. Na análise, os pesquisadores compararam dois grupos de crianças e adolescentes em idade escolar diagnosticados com Covid-19. Enquanto 694 deles tinham sido infectados pela variante Alfa, 706 estavam com a Delta. No grupo da variante Delta, os cientistas observaram que as crianças apresentaram mais sintomas, com dor de cabeça e febre entre os mais comuns. Dor na região dos olhos também está entre os principais relatos. Apesar do quadro mais sintomático, não se observa maior agravamento da doença. Segundo os pesquisadores, tanto a infecção pela variante Delta quanto pela Alfa foram marcadas por sintomas de curta duração, igual ou inferior a dois dias.
O infectologista Renato Kfouri, da Sociedade Brasileira de Pediatria, avalia que, na prática, ter menos ou mais sintomas é indiferente, uma vez que o quadro clínico não muda. O coronavírus segue sendo menos expressivo nos pequenos, tanto que menos de 0,4% das mortes totais de Covid no Brasil ocorreram em crianças. O médico alerta, porém, para o fato de que com o avanço da vacinação, eles agora são os menos protegidos. “A doença residual, ou seja, os casos que vão sobrando nessa minoria dos casos, começam a acontecer com mais proporção entre não vacinados. Ou seja, as crianças e adolescentes, que são o público menos vacinado, vão compor uma porcentagem maior dos casos graves”, afirmou o especialista, lembrando que os casos terão proporção menor no mundo. No Brasil, a vacinação da Covid-19 já é feita em adolescentes com idades entre 12 e 17 anos. O Ministério da Saúde pretende incluir crianças no Plano Nacional de Imunização em 2022, mas a pasta ainda não divulgou mais detalhes. Estariam previstas cerca de 70 milhões de doses para este público.
*Com informações da repórter Carolina Abelin
Fonte: Jovem Pan