Em uma das sessões mais aguardadas desde o início dos trabalhos, a CPI da Covid-19 ouve, nesta quinta-feira, 12, o deputado federal e líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR). Os senadores querem esclarecer se o parlamentar tem vínculo com eventuais irregularidades na compra de 20 milhões de doses da vacina Covaxin. De acordo com o deputado Luis Miranda (DEM-DF), que já depôs à comissão, o presidente Jair Bolsonaro apontou Barros como “dono do rolo” que culminou na assinatura do contrato para a aquisição do imunizante indiano. Miranda e seu irmão, Luis Ricardo, chefe de Importação do Ministério da Saúde, se reuniram com Bolsonaro no dia 20 de março para denunciar o caso – o chefe do Executivo federal se tornou investigado pela Polícia Federal (PF) pelo suposto crime de prevaricação.
Os parlamentares também pretendem apurar a relação de Ricardo Barros com Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos, que intermediou a compra da Covaxin junto ao Ministério da Saúde. O empresário, conhecido como Max, é sócio de outra empresa, a Global Gestão em Saúde, que deu um calote na pasta em um processo de compra de remédios para doenças raras na época em que Barros comandava a Saúde. Nesta quarta-feira, 11, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), converteu a convocação do deputado em convite – neste caso, ele não é obrigado a comparecer, mas o líder do governo tem dito que quer ser ouvido. No início de agosto, a comissão aprovou a quebra dos sigilos telefônico, fiscal, bancário e telemático de Barros. Acompanhe a cobertura ao vivo da Jovem Pan:
13:15 – Aziz suspende sessão mais uma vez
Depoimento é suspenso após mais um bate-boca.
12:51 – ‘Vão quebrar os meus sigilos e não vão achar nenhuma ligação minha com a Covaxin’, afirma Barros
Respondendo a um questionamento do relator, Renan Calheiros (MDB-AL), o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR) disse que a CPI da Covid-19 vai quebrar os seus sigilos e não vão achar “nenhuma possibilidade de ligação minha com esse assunto Covaxin”. “Não é adequada esta tentativa de raciocínio de que eu estava interessado em favorecer a Índia por causa da Covaxin”, acrescentou.
12:45 – ‘Não vou aceitar sua ilação’, diz Ricardo Barros a senadora
Questionado sobre a emenda apresentada que visava garantir a importação de vacinas aprovadas pela agência reguladora da Índia, Ricardo Barros (PP-PR) afirmou que o fez porque o país é o maior produtor de vacinas do mundo. Ele também afirmou que outros parlamentares apresentaram emendas a fim de agilizar a importação de imunizantes aprovados em outros países. A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) destacou que Barros “só se preocupou com a Índia”, onde a Covaxin foi produzida. “Desculpa, não vou aceitar a sua ilação”, rebateu o líder do governo na Câmara.
12:32 – Ricardo Barros: ‘Não acredito que Roberto Dias tenha feito pedido de propina’
Ricardo Barros afirmou há pouco que não acredita que o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias tenha feito pedido de propina de US$ 1 por dose das vacinas da AstraZeneca. A denúncia foi feita pelo cabo da Polícia Militar de Minas Gerais Luiz Paulo Dominguetti ao jornal Folha de S. Paulo e confirmado em seu depoimento à CPI da Covid-19. Dias foi indicado para o cargo pelo ex-deputado Abelardo Lupion (DEM-PR) e atuou como chefe de gabinete da Secretaria de Estado da Infraestrutura e Logística no governo de Cida Borghetti, esposa de Barros, no governo do Estado do Paraná.
11:49 – Depoimento é retomado
Omar Aziz retoma a sessão e pede para que a Mesa exiba trecho do depoimento de Luis Miranda (DEM-DF) à CPI da Covid-19 na qual o parlamentar relata o encontro que teve com Bolsonaro, no dia 20 de março, quando trataram sobre as irregularidades na compra da Covaxin. No vídeo, Miranda afirma que o presidente da República citou o nome de Ricardo Barros como “o fulano” envolvido “no rolo”. “Não sejamos hipócritas: todos nós sabíamos qual era o nome do deputado citado, porque ele já tinha dito ali na antessala”, disse Aziz.
11:31 – Omar Aziz suspende sessão
O presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), suspendeu a sessão e disse que a oitiva só será retomada quando a comissão tiver o trecho do vídeo no qual Luis Miranda (DEM-DF) relata, em seu depoimento, o encontro que teve com o presidente Jair Bolsonaro para denunciar as irregularidades na compra da vacina Covaxin.
11:28 – Início da sessão é marcado por bate-boca
Não demorou muito para a sessão de hoje se transformar em tumulto. Logo na primeira pergunta do relator, Renan Calheiros (MDB-AL), os senadores começaram a bater boca. Os governistas dizem que o grupo majoritário da CPI da Covid-19 só está interessado em respostas que incriminem o presidente Jair Bolsonaro. A cúpula do colegiado, por sua vez, diz que Ricardo Barros está distorcendo a sua função de depoente e quer conduzir a reunião. Filho do chefe do Executivo federal, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) apareceu no plenário da comissão pela primeira vez desde que se tornou suplente. “Deixa ele fazer a defesa dele, p****”, disse Flávio. Líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE) gritou diversas vezes. “Não fique vermelho, não, senador Bezerra. As cores que o senhor defende não tem relação a isso”, rebateu Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
11:19 – Omar Aziz se irrita com comentários de Barros sobre CPI e diz: ‘Devagar com o andor que o santo é de barro’
O presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), se irritou com a postura do deputado Ricardo Barros (PP-PR). O líder do governo na Câmara disse que a comissão cria narrativas. “No meu Estado, o caboclo é sábio. O cara que morre pela boca é chamado de tucanaré. Devagar com o andor que o santo é de barro. Com todo o respeito que estamos tendo pelo senhor, não criamos versão. São fatos. Aqui, o Luis Miranda disse que a pessoa a que se referia [o presidente Jair Bolsonaro] era Vossa Excelência. E digo mais: se eu fosse o líder do governo, eu não pedia, não. Eu exigia que o presidente se retratasse e falasse para todo o Brasil, nas lives, que ele nunca citou seu nome. Ele nunca disse isso. Eu ouvi o senhor dizer que a CPI criou uma versão. Eu quero que traga o depoimento de Luis Miranda quando ele diz como foi a conversa. Eu sempre disse que não era necessária a sua presença aqui. Bastava o presidente ter desmentido o Luis Miranda”, disse Aziz.
11:05 – Senadores fazem um minuto de silêncio em homenagem ao ator Tarcísio Meira
No início da sessão, os senadores fizeram um minuto de silêncio em homenagem ao ator Tarcísio Meira, que morreu por complicações da Covid-19 aos 85, na manhã desta quinta-feira. Um dos maiores artistas do Brasil, Meira dedicou 64 anos à dramaturgia.
10:53 – Barros atribui pergunta de Bolsonaro sobre seu envolvimento no caso Covaxin à foto apresentada por Miranda
Ricardo Barros diz que Luis Miranda levou, durante reunião com o presidente Jair Bolsonaro, uma fotografia do deputado em uma revista durante a investigação do caso da Global Gestão em Saúde, que deu um calote na pasta em um processo de compra de remédios para doenças raras na época em que Barros comandava a Saúde. “Provavelmente é a esse fato que o presidente se referiu”, justifica o depoente. “Mas eu vou agradecer ao deputado Luis Miranda, porque em todas suas falas ele disse que o presidente perguntou se o Ricardo Barros estava envolvido na Covaxin. Ele nunca afirmou”, aponta. “O presidente nunca afirmou que eu estava envolvido no caso Covaxin, ele perguntou”, ressalta o parlamentar.
10:46 – Depoente inicia sua fala relembrando seus feitos a frente do Ministério da Saúde
O deputado Ricardo Barros inicia seu depoimento relembrando sua gestão a frente do Ministério da Saúde durante a gestão de Michel Temer.
10:45 – Comissão vota pela quebra de sigilo do contrato da Covaxin
A senadora Simone Tebet (MDB-MS) pediu a Aziz que a CPI entre com mandato de segurança contra o sigilo decretado pelo Ministério da Saúde sobre o contrato da Covaxin. Os presentes votaram para que o contrato seja mantido público.
10:30 – Omar Aziz abre os trabalhos
Começa a sessão destinada ao depoimento do deputado federal Ricardo Barros.