O caminho para o trabalho da maioria dos brasileiros é uma rotina pesada. Em uma cidade como São Paulo, os desafios são ainda maiores. A reportagem da Jovem Pan acompanhou a empregada doméstica Simone Riba se deslocando do local onde mora, na Zona Leste da capital, para seus dois empregos. Em alguns dias, ela vai para Santo André, no ABC Paulista; em outros, até a Luz, na região central da capital. O trajeto de mais de uma hora envolve três transportes diferentes: monotrilho, metrô e trem. Com isso, o cansaço é grande. “Eu já chego cansada no meu trabalho, trabalho o dia inteiro, até as 18h, 18h30. Depois, na volta, é a mesma coisa. Ando dez minutos a pé, pego trem, pego metrô e depois pego o monotrilho. Isso deixa a gente com o corpo completamente cansado, dolorido, e principalmente esgotada”, narrou.
Percorrer longas distâncias para ter acesso à oportunidade de emprego é a realidade de muitos paulistanos. É possível perceber isso pela lotação de diferentes linhas. Uma pesquisa do Centro de Estudos da Metrópole, ligada à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), traduz em estatísticas a desigualdade e mostra que chegar ao trabalho em até 60 minutos com transporte público é possível em apenas 16% das famílias. A análise aponta para a dificuldade na implementação de instrumentos previstos no Plano Diretor Estratégico. A consultora de mobilidade urbana Beatriz Moura dos Santos observa que uma das soluções para isto seria o adensamento populacional em áreas estratégicas.
Fonte: Jovem Pan