O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, afirmou que os nove mortos durante operação policial no Complexo do Salgueiro no último domingo, 21, em São Gonçalo, não deveriam estar fazendo “coisa boa”. “Gente, aqui ninguém é criança. Ninguém vai camuflado para o mangue trocar tiro com a polícia de airsoft. Se foram completamente vestido camuflados trocar tiro com a polícia no mangue, certamente coisa boa não estavam fazendo”, disse o político em conversa com jornalistas na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Castro ressaltou que o Estado trabalha “todos os dias” para melhorar a ação das polícias e mostrou apoio à corporação. O governador também afirmou que não é possível comparar a ação da PM no último domingo com a operação da Polícia Civil que deixou 29 mortos na favela do Jacarezinho em maio. “São situações totalmente diferentes. A da Polícia Civil no Jacarezinho foi cumprimento de ação judicial e o que teve agora foi uma operação da PM. A gente apoia sempre as polícias, mas não apoia o erro. Está sendo investigado pela Polícia Civil. Se tiver tido erro ou se qualquer agente individualmente errou, será punido. Eu duvido que há instituição que puna tanto os seus quanto as polícias do Rio de Janeiro“, declarou.
Após a operação no Salgueiro, nove mortos foram encontrados em uma área de mangue. Segundo a PM, cinco deles tinham antecedentes criminais. Os agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) instalaram a ação na região após a morte do sargento Leandro Rumbelsperger da Silva, de 38 anos, durante um patrulhamento na área. Segundo a Defensoria Pública do Estado, a operação foi violenta, os relatos dos moradores eram chocantes e os pedidos de socorro “muito dramáticos”. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada do Núcleo Niterói e São Gonçalo, instaurou um Procedimento Investigatório Criminal para analisar eventuais violações a direitos durante a ação. Em comunicado divulgado na terça-feira, a Organização das Nações Unidas (ONU) pediu que os fatos sejam apurados imparcialmente.
Fonte: Jovem Pan