Dono da boate Kiss chora em interrogatório e pede para ser preso

Fachada da Boate Kiss

O julgamento do caso da boate Kiss entrou na importante fase de interrogatórios dos réus. Nos próximos dois dias serão ouvidos os acusados Mauro Hoffmann, dono da casa noturna, Marcelo de Jesus, vocalista da banda que acendeu o artefato pirotécnico, e o produtor Luciano Leão. Na última quarta-feira, 8, o primeiro réu a falar foi um dos sócios da boate, Elissandro Spohr, o ‘Kiko’. Ele fez longo relato de sua vida como músico até a condição de empresário, negou ter autorizado o uso de artefato pirotécnico pela banda e chegou a pedir para ser preso. “Eu não tinha explicação. Não tinha explicação. Eu escutei que tinham morrido mais de 30 pessoas. Eu cheguei a vomitar. Eu digo: ‘meu deus, cara, como é que morreram 30 pessoas?!’. E começou, na rádio, a aumentar as pessoas. Não tem explicação isso aí. Querem me prender, me prendam, eu estou cansado. Eu perdi um monte de amigos, perdi funcionários, acham que eu não tinha amigos, lá? Como eu iria fazer uma coisa dessas?”, disse enquanto chorava.

Outros quatro depoimentos encerraram a ouvidoria de testemunhas na quarta-feira. Dois deles chamaram a atenção: o ex-prefeito de Santa Maria, Cesar Schirmer, criticou o inquérito policial, negou irregularidades e culpou os Bombeiros pela falta de fiscalização; já o promotor de Justiça Ricardo Lozza declarou que a responsabilidade de fechar a boate era da prefeitura. A fase de interrogatórios segue nesta quinta-feira, 9, quando os demais réus vão ser questionados. Depois, haverá o debate entre acusação e defesa. Na sequência, o conselho de senteça, os jurados, vão para a sala secreta, onde será definida a punição ou absolvição de cada um dos envolvidos. O resultado do julgamento deve sair na madrugada do próximo sábado, 11.


Fonte: Jovem Pan

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