Nesta segunda-feira, 16, o Japão reportou um crescimento de 5% do seu Produto Interno Bruto (PIB) entre julho e setembro. A comparação foi feita em relação aos três meses anteriores, quando a terceira maior economia do mundo registrou uma queda histórica de 8,2% devido aos impactos da pandemia do coronavírus. O resultado, maior do que o previsto, dá fim a uma sequência de trimestres consecutivos de recessão. Segundo Alexandre Uehara, especialista em política asiática e coordenador do Centro Brasileiro de Estudos e Negócios Internacionais da ESPM, esse crescimento se deu pela retomada da economia da China, grande parceira do Japão, e também pelas ações internas do governo japonês. “A população recebeu cerca de cem mil ienes para gastar com produtos nacionais ou viajar dentro do país”, exemplificou.
A expectativa, no entanto, é que o fenômeno não se repita entre outubro e dezembro devido à segunda onda de casos de Covid-19. “O aumento no índice de infecções na Europa e nos Estados Unidos acendeu um sinal de alerta novamente e fez com que o governo voltasse a pensar em medidas de isolamento social”, afirma Uehara. Na sexta-feira, 13, o país registrou 1.685 novos casos de coronavírus, volume que pode parecer pequeno quando comparado com o do Brasil, mas representa um recorde no número de pessoas contaminadas em um único dia no Japão.
Além disso, o especialista em economia asiática explica que o país ainda sofre com o fechamento das suas fronteiras, que impede o fluxo de estrangeiros em um contexto em que a indústria do turismo vinha crescendo no país. Os próprios Jogos Olímpicos de Tóquio, que tiveram que ser adiados para 2021, imobilizaram um investimento que só dará retorno no ano que vem. Em outubro, o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, afirmou que as competições contarão com a presença de público internacional nas arquibancadas. Para isso, medidas de segurança contra a Covid-19 durante o evento começaram a ser testadas.
Fonte: Jovem Pan