O governo deve renovar a presença de militares do Exército na Amazônia. Termina no próximo dia 30 o prazo para a operação de Garantia da Lei e da Ordem na região, que busca conter desmatamento e queimadas ilegais, além de outros crimes ambientais. O vice-presidente Hamilton Mourão, que coordena o Conselho da Amazônia Legal, quer que a atuação se estenda até 31 de julho. Após receber o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, ele disse que os militares devem atuar “mais diretamente, não só ficando na parte logística e de comunicações”.
O vice-presidente indicou que o combate às ilegalidades não vai ser fácil. “A gente tem que continuar o nosso trabalho ali, nosso combate incessante porque essa turma não para. Essa turma da ilegalidade ela não para. O problema maior está quando o camarada avança em cima de áreas públicas, floresta nacional, terra indígena. Esses são os principais problemas.” Questionado sobre o discurso do presidente Jair Bolsonaro na Cúpula do Clima, Mourão classificou o evento como “uma ação do governo americano para retomar o protagonismo num tema que o governo anterior tinha abandonado.” Hamilton Mourão relativizou as promessas feitas pelos chefes de Estado que participaram. “Ali é mais uma carta de intenções que cada um colocou. Qual é o nosso problema hoje? Claro, temos que reduzir o desmatamento na Amazônia. A gente contribui com o que tem que contribuir.” O discurso do presidente Jair Bolsonaro foi assunto na sessão da Câmara desta quinta-feira. Deputados de oposição aproveitaram para criticar a política ambiental do governo e mostrar ceticismo com as metas traçadas por Bolsonaro.
Para a deputada Joênia Wapichana (Rede) o Brasil se tornou um problema na área do meio ambiente. “O Brasil tem sido visto como problema, como parte do problema a ser encarado. A gente viu mentiras, fake news, diz que aumentou o recurso ao combate ao desmatamento. Onde? E a fiscalização? Se tivesse, não estaria a todo momento sendo denunciado.” Já o deputado Hildo Rocha (MDB) elogiou o discurso. Segundo ele, o presidente mostrou que o Brasil não está entre os principais culpados pelas mudanças climáticas. “Parabenizo o presidente pela sua fala bastante eloquente e que mostra ao Brasil que o país não é esse poluidor que algumas pessoas façam que isso entre na cabeça das pessoas.” O governo prevê um aumento de R$ 115 milhões nos recursos para a fiscalização ambiental. A verba deve ser utilizada para financiar ações como o uso da Força Nacional em ações de combate ao desmatamento. A ideia, que ainda não foi implementada, divide opiniões. Os recursos seriam levantados por meio de créditos suplementares pedidos pelo governo ao Congresso.
*Com informações do repórter Levy Guimarães