A juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, de 45 anos, foi assassinada pelo ex-marido Paulo José Arronenzi, de 52 anos, com 16 golpes de faca distribuídos pelo corpo, aponta o laudo na necropsia do Instituto Médico Legal (IML), neste sábado, 26. A magistrada do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro foi morta na quinta-feira, 24, na véspera de Natal, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pela assessoria da Polícia Civil, sem mais detalhes. Segundo reportagem do jornal “O Globo”, foram dez perfurações no rosto e na cabeça e seis nas costas. No entanto, um corte na jugular teria sido o golpe fatal na juíza, que não teve chance de socorro.
Viviane entrará para uma triste estatística: em 2020 o Estado do Rio registrou 67 feminicídios, segundo dados até novembro do Instituto de Segurança Pública (ISP). No ano passado, foram praticados 85 feminicídios, a maioria (47,2%) cometidos por companheiros ou ex-companheiros das vítimas. De 2017 a 2019 houve alta de 25% desse tipo de ocorrência. Filmado por uma testemunha, o crime ocorreu na frente das três filhas do casal (duas gêmeas de 7 anos e uma de 9 anos), na Barra da Tijuca, zona oeste da capital fluminense. O corpo de Viviane foi cremado na manhã deste sábado, 26, no bairro do Caju, na região central do Rio de Janeiro.
O caso gerou comoção e despertou manifestações de órgãos do Judiciário. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luiz Fux, divulgou nota oficial em que os órgãos “se comprometem com o desenvolvimento de ações que identifiquem a melhor forma de prevenir e de erradicar” o feminicídio. Há três meses, a juíza chegou a denunciar o ex-marido por lesão corporal e ameaças. O próprio TJ providenciou uma escolta para Viviane, mas ela abriu mão da proteção. Em 2007, uma ex-namorada de Paulo José Arronenzi já havia denunciado o engenheiro por agressão.
Fonte: Jovem Pan