Lideranças dos partidos do Centrão têm feito a defesa de um “meio-termo” para viabilizar o Fundo Eleitoral no Congresso. Na quinta-feira, 15, véspera do início do recesso parlamentar, a Câmara dos Deputados e o Senado aprovaram um “Fundão” de R$ 5,7 bilhões, quase o triplo do montante disponibilizado para o financiamento das campanhas em 2020. Apesar da crise gerada por declarações do presidente Jair Bolsonaro, que culpou e atacou o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), pela aprovação do dispositivo, os congressistas levaram ao Palácio do Planalto a sugestão de o ajuste ser feito via Lei Orçamentária Anual (LOA). Neste caso, Bolsonaro vetaria o trecho que foi aprovado, mas incluiria na LOA um valor entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões.
Segundo um assessor presidencial ouvido pela reportagem, o meio-termo proposto pelos parlamentares é bem visto pelo Palácio do Planalto. Nesta composição, avalia, Bolsonaro faria um aceno aos seus eleitores e evitaria uma indisposição com os partidos que dão sustentação ao seu governo. Nos últimos dias, o presidente tem se colocado contra o aumento do “Fundão”. Em uma publicação em seu perfil no Twitter, na terça-feira, 20, o chefe do Executivo federal disse que defende “a harmonia entre os Poderes”, mas, “em respeito ao povo brasileiro”, ressaltou que vetaria o aumento. “Defendemos, acima de tudo, a harmonia entre os Poderes, bem como a sua autonomia. É partindo deste princípio que jogamos, desde o início, dentro das quatro linhas da Constituição Federal. Dito isso, em respeito ao povo brasileiro, vetarei o aumento do fundão eleitoral”, escreveu.
Fonte: Jovem Pan