Onze partidos protocolaram neste sábado, 31, um requerimento para que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cobre explicações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre as alegações de fraude nas últimas eleições. Em uma live realizada na quinta-feira, 29, o presidente voltou a questionar a segurança das urnas eletrônicas e fez uma série de críticas ao presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso. No entanto, durante a transmissão ao vivo, Bolsonaro afirmou que “não tem como comprovar” e que iria mostrar “fortes indícios” de fraudes. O documento foi endereçado ao corregedor-geral eleitoral, Luís Felipe Salomão, e conta com a assinatura do Cidadania, MDB, PT, Solidariedade, PDT, PSDB, PSOL, REDE, PV, PSTU e PCdoB.
Os signatários pedem que sejam dados esclarecimentos sobre as acusações de fraudes e que documentos e supostas provas de ilações sejam divulgados. O requerimento destaca que o próprio TSE, em 23 de junho, instaurou um procedimento “com o objetivo de apurar a existência ou não de eventuais elementos concretos que possam ter comprometido a segurança do processo eleitoral de 2018 e de 2020, com vistas à preparação e ao aperfeiçoamento do pleito de 2022”, mas que o presidente não respondeu à intimação. Segundo os partidos, Bolsonaro usou a transmissão como um ato político e “busca desmerecer os pilares democráticos e uma forma de eleição cuja confiabilidade vem sendo observada por quase um século, garantindo a alternância democrática em estrito reflexo da vontade popular”.
Durante a transmissão ao vivo, o chefe do Executivo também voltou a dizer que, após a reunião de Barroso com lideranças partidárias, parlamentares da comissão especial da PEC do voto impresso mudaram de opinião sobre a proposta. “Por que o presidente do TSE, na iminência de ver a PEC da deputada Bia Kicis ser aprovada na comissão especial, ele vai para dentro do parlamento, se reúne com várias lideranças partidárias e, no dia seguinte, muitos desses líderes trocam a posição da comissão por parlamentares que se comprometeram a votar contra o voto impresso. Qual foi o poder de persuasão do Barroso? Que poder ele tem? É justo quem tirou o Lula da cadeia, quem o tornou elegível, ser o mesmo que vai contar os votos em uma sala secreta no TSE?”, questionou.
Fonte: Jovem Pan