Personalidade do ano, motociatas e multidão na Paulista: os momentos de Bolsonaro como protagonista de 2021

Em 2021, o presidente Jair Bolsonaro esteve constantemente nos holofotes, comentado pela imprensa e pela população

O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), teve posição de protagonista no ano de 2021. Ao longo de todo o ano, ele se posicionou sobre questões polêmicas, recebeu apoio, levou milhares de pessoas às ruas, foi eleito como “personalidade do ano” por leitores de revista internacional e chegou até a ser apontado por oponentes como responsável pelas mortes ocasionadas pela Covid-19. Completando três anos de governo e se preparando para disputar a reeleição em 2022 contra adversários da direita, do centro e da esquerda, Bolsonaro tem viajado o país entregando obras, fazendo discursos sobre o seu governo e criticando os seus oponentes, demonstrando que a disputa do próximo ano será acirrada. Confira abaixo algumas situações em que Bolsonaro esteve em destaque neste ano.

1 – Personalidade do ano

Em uma pesquisa da revista norte-americana “Time”, Jair Bolsonaro foi escolhido pelo público e leitores como a personalidade do ano de 2021. A publicação chegou a comentar o feito dizendo que os leitores deveriam apontar a pessoa mais influente, fosse ‘para o bem ou para o mal’. O segundo colocado na pesquisa foi o ex-presidente dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump. A vitória na enquete contou com forte apoio de bolsonaristas nas redes sociais. Entretanto, apesar de Bolsonaro ter vencido a votação online, a publicação, por meio de seus editores, escolheu conceder o prêmio ao bilionário Elon Musk. O ocorrido mostra a força do presidente brasileiro e o quanto ele pode ter influenciado as pessoas neste ano.

2 – Motociatas e megamanifestação na Paulista

Durante todo o ano, o presidente visitou capitais brasileiras e fez as conhecidas ‘motociatas’, nas quais sempre foi acompanhado de multidões de motociclistas apoiadores. Ele realizou a movimentação em Brasília, São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e no Rio de Janeiro. No feriado de comemoração da Independência do Brasil, no dia 7 de setembro, ocorreu o ápice das manifestações em favor do presidente. Seus apoiadores ocuparam grandes extensões da Avenida Paulista, no centro de São Paulo, e próximos à esplanada dos ministérios, em Brasília. Em outras capitais, também ocorreram protestos. Em apoio ao presidente, brasileiros defenderam o voto impresso e o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal.

3 – Um ministro evangélico no STF

Desde o início de seu mandato, em 2019, Bolsonaro sabia que poderia indicar dois ministros para o Supremo Tribunal Federal (STF). Ainda naquele ano, o presidente já começou a divulgar que uma de suas indicações seria, nas suas palavras, um “terrivelmente evangélico”. O anúncio foi feito em sinal à principal base de apoio dele, os evangélicos e conservadores. Em 2020, veio a primeira indicação, Cassio Nunes Marques, que frustrou o grupo, por Bolsonaro não cumprir sua promessa na primeira oportunidade. Ainda assim, ele lembrou em uma de suas lives que, em 2021, o indicado para a vaga do então ministro Marco Aurélio Mello seria um evangélico. Em julho deste ano, ele indicou André Mendonça, cumprindo a promessa. Até ser aprovado e tomar posse, em vitória pessoal do presidente, Mendonça aguardou mais de quatro meses para ser sabatinado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal e no plenário da Casa.

4 – Novo partido

Em novembro de 2019, o presidente Jair Bolsonaro se desfiliou do Partido Social Liberal (PSL), legenda na qual se elegeu e que ajudou a transformar de nanica em muito expressiva, em número de parlamentares, prefeitos e governadores em todo o Brasil. A saída do presidente foi motivada pelo retorno do deputado Luciano Bivar (PE) à presidência do partido e pela disputa pelo controle do PSL. Dois anos depois, em novembro de 2021, Bolsonaro se filiou novamente a um grupo. Em um evento em Brasília, Bolsonaro ‘se casou’, como ele mesmo disse, com o Partido Liberal (PL), de Valdemar Costa Neto. As negociações foram demoradas e chegaram a recuar quando divergências políticas surgiram.

5 – Voto impresso

Em 2021, Bolsonaro intensificou a sua defesa pelo voto impresso nas eleições de 2022. Desde que foi eleito, em 2018, o presidente acusa fraudes no sistema eleitoral eletrônico brasileiro, mas sem apresentar provas. Neste ano, ele tratou da questão em várias de suas lives tradicionais de quintas-feiras nas redes sociais e discursos Brasil afora, defendendo que somente com o voto impresso poderia haver eleições auditáveis e seguras no país. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Luís Roberto Barroso, foi um dos seus mais ferrenhos oponentes nessa questão. Barroso, por sua vez, fez diversos discursos defendendo a seguranças das urnas eletrônicas, mostrando como elas funcionam e informando que são auditáveis. Parte da população chegou a protestar nas ruas, em favor do presidente, pelo voto impresso. A questão ganhou uma trégua com a criação pelo TSE da Comissão de Transparência das Eleições, com integrantes da sociedade civil e até mesmo das Forças Armadas, para acompanhar todo o processo eleitoral de 2022 por meio do voto eletrônico.

6 – Pandemia da Covid-19

Com a continuidade da pandemia da Covid-19 no Brasil em 2021 e a piora das taxas de transmissão e números de mortes – ultrapassando a marca de 600 mil óbitos – no começo do ano, Bolsonaro foi alvo de críticas constantes de parlamentares por defender o ‘tratamento precoce’ e chegou até a ser apontado por oponentes como responsável pelas mortes ocasionadas pela doença. A opinião do presidente e a atuação dele para combater o problema de saúde no país tornaram-se alvo, em abril, de uma comissão parlamentar de inquérito no Senado Federal, a CPI da Covid-19. A comissão parlamentar chegou a pedir a quebra de sigilo telemático de Bolsonaro, mas o STF negou.

7 – Viagens e G20

No final de outubro deste ano, a reunião do G20, em Roma, na Itália, também foi outro momento que colocou Bolsonaro em destaque. Antes de se reunir com outros chefes de Estado, o presidente fez um passeio com apoiadores pelas ruas da capital italiana, sob gritos de ‘mito’. Entretanto, enquanto outros líderes interagiam uns com os outros, Bolsonaro ficou mais isolado e teve poucas conversas com presidentes de outros países. A viagem à Itália mostrou ainda que o presidente é querido no país. Ele chegou a participar de uma cerimônia para receber o título de cidadão honorário do município de Anguillara Veneta, uma pequena cidade de 4.000 habitantes na região onde nasceram os pais dele, no norte do país. O presidente também fez uma importante viagem ao Oriente Médio para estreitar laços oficiais entre os países e atrair investimentos para o Brasil.


Fonte: Jovem Pan

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