Relator da reforma do IR vê cobrança de Paulo Guedes por aprovação da matéria como ‘chantagem’

Senador Angelo Coronel se reuniu com ministro Paulo Guedes para tratar sobre reforma do IR na última semana

Em conversa com interlocutores e colegas de Casa, o relator da reforma do Imposto de Renda no Senado, Angelo Coronel (PSD-BA), tem classificado como “chantagem” a cobrança do ministro da Economia, Paulo Guedes, pela aprovação do projeto. Em entrevista à Jovem Pan, o parlamentar reforçou a intenção de entregar o seu parecer ainda este ano, mas destacou que um assunto complexo como este não pode ser analisado e votado de maneira açodada. No início da última semana, Coronel e Guedes se reuniram para tratar sobre a matéria. Na ocasião, segundo apurou a reportagem, o chefe da equipe econômica disse considerar que o texto aprovado na Câmara dos Deputados é ideal. O senador, por sua vez, prega cautela. “Você não pode fazer uma reforma sem ouvir aqueles que são os grandes responsáveis pela geração de impostos que tocam a máquina pública, sem ouvir Estados e municípios, sem ouvir o pagador de imposto. Aí não é reforma. Pelo o que tenho sentido, o mundo empresarial foi pouco ouvido”, avalia.

Paulo Guedes condiciona a criação do Auxílio Brasil, que irá substituir o Bolsa Família, à aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos precatórios e da reforma do IR. Na segunda-feira, 27, o chefe da equipe econômica disse que se o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), colocasse a proposta “na gaveta”, estaria dizendo à população brasileira que “não está preocupado” com o benefício. Na sexta-feira, 1º, em um evento no Palácio do Planalto, o ministro afirmou que as duas matérias asseguram o espaço fiscal necessário para bancar os programas sociais. “Precisamos da PEC dos Precatórios, que é o que assegura o nosso espaço para os programas sociais, e precisamos do Imposto de Renda. Ou seja, quem não pagava imposto nos últimos 25 anos, os super ricos, estão tendo que botar a mão no bolso e pagar só 15%. É claro que eles também vão ter que contribuir com o Brasil. O Congresso aprovando isso, a PEC dos Precatórios, e aprovando a reforma do IR, nós teremos garantido o Bolsa Família subindo mais de 60%, bem mais do que subiu a comida, o combustível, tudo isso. Esse programa já está garantido, praticamente, porque eu confio no Congresso, na capacidade de entrega do Congresso brasileiro”, disse.


Fonte: Jovem Pan

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