O roubo e o furto de celulares são crimes difíceis de controlar: podem ser executados de forma rápida, tanto na abordagem quanto na fuga, e estão espalhados por todos os cantos de São Paulo. A restrição de circulação durante a pandemia fez com que os números despencassem, mas, agora, essa modalidade criminal volta a aumentar na capital com o retorno das atividades econômicas ao ritmo comum. Segundo dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública do Estado, entre janeiro e agosto de 2019, todos os meses tiveram mais de 10 mil registros de boletins de ocorrência por roubos de celulares na capital. Os números caminhavam de forma parecida até março de 2020, mas despencaram pela metade em abril e maio, quando a quarentena começou, tendo um ligeiro aumento nos meses seguintes. Em 2021, os registros do período entre janeiro e março caíram em relação aos do ano anterior. Porém, nos meses seguintes, acompanhando o avanço da vacinação e queda das mortes por Covid-19, as estatísticas sobre roubos e furtos de telefones móveis voltaram a crescer. Em agosto de 2021, o mês mais recente com os dados disponíveis, houve 1.837 registros de roubos e 2.883 de furtos a mais em relação ao mesmo mês de 2020.
Casos ouvidos pela Jovem Pan demonstram bem como o aumento da circulação impacta nesse crime. A assistente jurídica Amanda Serroni, de 24 anos, foi furtada em agosto, enquanto estava em uma rua de Pinheiros (zona oeste de São Paulo) cheia de bares e baladas. “Eu tinha acabado de colocar o celular no bolso. Uma mulher esbarrou em mim e um cara pegou. Eles não saíram correndo, porque é uma rua fechada. Na mesma hora eu fui atrás e falei: ‘Você pegou meu celular’. Ele foi me entregando, dizia que pegou no chão. Um segurança de um dos bares viu e levou o rapaz para a polícia”, relata. Ela contou ter visto na mesma noite algumas mulheres fugindo de algo. Quando passou por elas, ouviu que era um assalto. A jovem não se sente mais segura como antes. Tanto é que não voltou a nenhum estabelecimento da região e deu preferência a lugares fechados como restaurantes.
Fonte: Jovem Pan