Em meio a uma crise política iniciada com uma derrota avassaladora dos apoiadores do governo nas eleições primárias e intensificada com a demissão de cinco ministros ao mesmo tempo, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, suspendeu nesta sexta-feira, 17, todas suas viagens ao exterior. Entre os compromissos na agenda dele estava uma visita ao México para reunião com chefes de Estado da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e uma ida à 76ª Assembleia Geral das Nações Unidas, da qual ele participará com um vídeo gravado. Ao longo do dia, ele se reuniu com membros do gabinete na Casa Rosada para discutir os próximos passos a serem dados politicamente.
A impressão de um “racha interno” demonstrado na demissão em massa dos ministros kirchneristas de Fernández se agravou na quinta-feira, 16, quando a vice-presidente – que substitui o presidente durante viagens dele ao exterior – publicou uma carta nas redes sociais criticando o posicionamento da presidência e lembrando que já tinha conversado com o representante do Executivo sobre o seu descontentamento com a política econômica do governo – que, segundo ela, “iria sem dúvida ter consequências eleitorais”. Ela lembrou, ainda, que foi a responsável por escolhê-lo como candidato. Horas antes, o presidente usou as redes sociais para se posicionar sobre a tensão no governo, dizendo que escutou as urnas. “O governo continuará a se desenvolver da forma que eu achar conveniente. Foi para isso que fui eleito. Sempre buscarei a união dos argentinos”, pontuou.
Fonte: Jovem Pan