O procurador-geral da República, Augusto Aras, repudiou as conclusões do relatório da ONG Transparência Internacional e negou que esteja alinhado ao Palácio do Planalto. O documento também apontou uma piora da posição brasileira no ranking que avalia a percepção da corrupção. Segundo o levantamento, o Brasil piorou duas posições no ranking mundial da corrupção. Segundo a ONG, entre os motivos dessa piora está a desmobilização do enfrentamento à corrupção, por causa de um alinhamento sistemático de áreas com o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).
O relatório da Transparência Internacional cita um estudo divulgado pela FGV Direito, que aponta a PGR reduziu a participação na proposição de ações de controle de constitucionalidade contra atos do governo Bolsonaro. Em nota divulgada à imprensa Aras afirmou que o documento repete informações e ilações apresentadas pela ONG na edição passada do referido relatório e que foram oportunamente respondidas e contrastadas com dados da atuação institucional da PGR e que, ao contrário do que afirmam os autores do estudo, não existe alinhamento sistemático do procurador-geral da República com o presidente, mas um trabalho que respeita a Constituição, as leis, o devido processo legal e não pratica exploração midiática de casos em apuração.
Esse relatório também sugere que a PGR investigue as evidências de crimes que foram apontadas pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a gestão do presidente Jair Bolsonaro no combate à pandemia da Covid-19. O procurador afirma que, em 2021, a PGR apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal de Justiça 20 denúncias pela prática de crimes como corrupção e lavagem de dinheiro. O procurador conclui a nota dizendo que a ONG insiste em argumentos ultrapassados e que sabidamente não encontram lastro na realidade e revelam-se um desserviço à população, e no caso específico, pode esconder um desvirtuamento do trabalho da entidade que traz no próprio nome que deveria ser um compromisso à transparência.
Fonte: Jovem Pan