O brasileiro prefere vivenciar novas experiências a gastar com bens materiais. Segundo uma pesquisa da Mastercard, 88% dos entrevistados tem desfrutado mais tempo com a família e com os amigos. Para o educador financeiro, Gustavo Cerbasi, os números revelam um novo perfil de consumo da população. “Estamos vivendo realmente uma mudança do consumismo para um perfil mais ‘minimalista’. Minimalista no sentido de adquirir menos, porém estamos mais generosos no sentido de aproveitar. Podemos chamar de ‘essencialismo’, em que as famílias estão gastando mais com aquilo que é importa para elas, aquilo que pode ser lembrado, registrado e celebrado”, avalia Cerbasi. Entre os entrevistados pela pesquisa, 76% afirmaram fazer um esforço para reservar tempo livre e passar tempos de qualidade com amigos e familiares. Eles acreditam que, com a pandemia, a oportunidade de se estabelecer vínculo com as pessoas que realmente importam não tem preço.
“Eu acho que até é efeito da pandemia, que tornou isso mais possível, uma realidade maior. E é uma tendência de valorizar o que tem valor na vida”, disse o dentista Fábio. “Eu acho que também esse efeito mostrou para a gente que essa correria do dia a dia, de repente, não valia a pena”, avaliou Ana Lúcia, também dentista. “Eu acho realmente muito mais válido passar com a família, porque são esses momentos que a gente acaba levando para sempre, diferente de um bem material”, frisa a fisioterapeuta Mariana. “Eu acho que a pandemia tem aberto os olhos das pessoas em relação a isso: de valorizar o que é essencial para o momento”, afirmou Valdirine, dentista. Segundo alguns economistas, a educação financeira alcançou uma parcela maior da população nos últimos anos, o que contribuiu para a mudança no estilo de consumo do brasileiro.
*Com informações do repórter Vinicius Moura
Fonte: Jovem Pan