Ex-governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin afirma que a vitória de Bruno Covas (PSDB), reeleito prefeito de São Paulo neste domingo, 29, resgata um compromisso histórico do PSDB com a democracia, a eficiência no gasto público e com a geração de emprego e renda. À Jovem Pan, Alckmin elogiou o nível da campanha e disse que o adversário do tucano, Guilherme Boulos (PSOL), conseguiu, com pouco tempo de televisão no primeiro turno, “levar uma bonita mensagem para a cidade”. “Foi uma campanha bonita, de bom nível, que mostrou uma política mais civilizada, discutindo propostas com visões diferentes, mas de forma respeitosa. Bruno tem vocação política, é da nova geração. Herdou de seu avô, Mário Covas, esse compromisso com a vida pública, e amadureceu. Agora, terá um mandato próprio, eleito pelo voto popular. Isso é totalmente diferente, porque terá uma legitimidade muito grande”, disse em entrevista exclusiva.
Alckmin afirmou que, se pudesse dar um conselho ao tucano, diria que o importante, neste momento, é entender sua eleição como um novo mandato, e não como a continuidade de uma gestão iniciada em 2018, quando o então prefeito, João Doria (PSDB), renunciou ao cargo para concorrer ao governo do estado. “Bruno está mais do que preparado, mas diria que o importante é não entender como continuidade, mas como novo mandato. Ele deve começar como se fosse uma novidade: com entusiasmo na implementação de propostas, na formação da equipe. Este é meu entendimento. A reeleição dá a legitimidade do voto popular, é a união entre a esperança do povo e um governo. Isso legitima e fortalece o governo para que todas as medidas possam ser tomadas, porque estamos falando de uma cidade que tem tamanho de estado”, afirma o ex-governador. “O século 21 é o século das cidades. A cidade é a grande protagonista. Por isso é importante valorizar o governo local, porque ele está mais perto da população, está em cima do fato”, acrescenta.
Questionado sobre o balanço das eleições, Geraldo Alckmin afirmou que o resultado das urnas “é uma prova de maturidade da população que quer se distanciar dos extremos”. O tucano pondera, no entanto, que a disputa municipal tem um componente local forte, o que a diferencia de pleitos estaduais e federais. “Cada cidade tem uma lógica diferente. Na maioria dos casos, prevalece o candidato, não o partido. Quando você tem 35 partidos, eles estão muito enfraquecidos. Quem tem e teve papel maior foi o candidato, a estima, o carinho, e o convencimento de cada um. Por isso, precisamos ter humildade, porque eleição municipal não tem nada a ver com estadual e federal. Até porque, daqui dois anos, a realidade será outra”, avalia.
Fonte: Jovem Pan