O resultado das eleições municipais divulgados na noite de domingo, 15, mostraram um abalo na onda bolsonarista que atingiu o Brasil em 2018. Dos 13 candidatos à prefeitura apoiados abertamente pelo presidente Jair Bolsonaro (Sem partido), 9 não foram eleitos. O presidente usou suas redes sociais para minimizar sua derrota como cabo eleitoral. “Minha ajuda a alguns poucos candidatos a prefeito resumiu-se a quatro lives num total de três horas”, escreveu o presidente. Bolsonaro, no entanto, apareceu no horário eleitoral televisivo de dois candidatos à prefeitura das duas das maiores capitais brasileiras: Celso Russomanno (Republicanos) em São Paulo e Marcelo Crivella (Republicanos) no Rio de Janeiro. Russomanno ficou em quarto lugar na corrida eleitoral da capital paulista, com 10,5% dos votos, e Crivella conseguiu atingir o suficiente para ir ao segundo turno ao lado de Eduardo Paes (DEM).
“Há 4 anos, Geraldo Alkmin elegeu João Doria prefeito de São Paulo no primeiro turno. Dois anos depois, Alckmin obteve apenas 4,7% dos votos na disputa presidencial”, justificou Bolsonaro sobre sua derrota, tentando projetar uma vitória para ele em 2022. “Para 2022, a certeza de que, nas urnas, consolidaremos nossa democracia com um sistema eleitoral aperfeiçoado”, continuou. O presidente também afirmou que a esquerda sofreu uma “uma histórica derrota nessas eleições” deste ano e que os resultados seriam uma “clara sinalização de que a onda conservadora chegou em 2018 para ficar”. Apesar do fim do protagonismo do PT, que é referência de esquerda no Brasil, outros partidos se destacaram nas capitais. O PSOL levou Guilherme Boulos para o segundo turno em São Paulo e Edmilson Rodrigues, em Belém (Pará). Manuela D’Ávila do PCdoB foi para segundo turno em Porto Alegre. O Partido dos Trabalhadores também levou dois candidatos ao segundo turno: João Coser em Vitória (ES) e Marília Arraes em Recife – PE. Outros partidos de esquerda e centro-esquerda também colocaram candidatos no segundo turno como PDT, em Fortaleza e Aracaju; PSB, em Maceió, Recife e Rio Branco; PROS, em Fortaleza; e Solidariedade, em Boa Vista.
– A esquerda sofreu uma histórica derrota nessas eleições, numa clara sinalização de que a onda conservadora chegou em 2018 para ficar.
– Para 2022 a certeza de que, nas urnas, consolidaremos nossa democracia com um sistema eleitoral aperfeiçoado. DEUS, PÁTRIA e FAMÍLIA.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) November 16, 2020
Fonte: Jovem Pan