Nesta terça-feira, 2, uma comitiva de governadores foi a Brasília cumprir uma série de compromissos relacionados ao combate à pandemia do novo coronavírus, que avança em ritmo acelerado pelo país. A agenda incluiu uma visita à fábrica da União Química, que começará a produzir a vacina russa Sputnik V no Brasil, e um encontro com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para tratar sobre sugestões legislativas emergenciais que possam tramitar no Congresso para mitigar os efeitos da crise. No encontro com o parlamentar, os governadores pediram prioridade na aprovação de propostas que permitam que os Estados comprem e apliquem os imunizantes e defenderam uma espécie de auxílio emergencial retroativo, para compensar os meses em que não houve o pagamento do benefício – neste caso, ouviram do comandante da Casa que há uma dificuldade do governo federal em definir fontes para o custeio das parcelas.
Os governadores também propuseram o que chamam de “pauta federativa”, um conjunto de projetos que possam tramitar no Parlamento com o objetivo de garantir alternativas fiscais a Estados e municípios no momento de acentuada crise, como a criação de um fundo de recebíveis e o adiamento do pagamento de precatórios (dívidas judiciais). “São medidas que não tira recursos da União, não tira de municípios, nem de um estado nem de outro, e garantem nossa capacidade de investimento”, resumiu o governador do Piauí, Wellington Dias (PT). “É um caminho para que haja, de um lado, um cronograma de vacinação e, em parelelo, um cronograma da retomada da economia”, acrescentou.
A reunião dos governadores também foi marcada por um apelo feito pelo governador da Bahia, Rui Costa (PT), a Arthur Lira. O petista afirmou que há 300 pessoas na fila por um leito de UTI – um trecho de sua fala foi divulgada em seu perfil no Twitter. “Tenho 300 pessoas aguardando regulação para leitos de UTI. Nós abrimos em 15 dias mais 300 leitos de UTI e esses leitos foram consumidos na integralidade. No dia de hoje, eu tenho 300 pessoas aqui passando mensagem ao governador pedindo desesperadamente. E, enquanto isso, absoluta insensibilidade, o presidente da República fazendo gracinha e mandando mensagens para a sua tropa de choque ficar atacando governadores e prefeitos”, disse. “Em nome do povo da Bahia que está desesperado atrás de um leito de UTI, por favor, aprove imediatamente a possibilidade dos estados comprarem e aplicarem a vacina. É disso que precisamos. Não preciso mais das brincadeiras do presidente, preciso só de uma lei ou de uma autorização judicial que me permita comprar e botar a vacina aqui para salvar vidas humanas”, acrescentou.
Fonte: Jovem Pan