Dados do Mapa da Desigualdade de 2021, realizado pela Rede Nossa São Paulo, foram divulgados nesta sexta-feira, 22. Na fotografia da cidade, todos os 96 distritos aparecem. Diante das diferenças, alguns maus resultados ainda chamam a atenção. Quem reside na Cidade Tiradentes, bairro da zona leste de São Paulo, vive, em média, 22 anos menos que um morador de Alto de Pinheiros, área nobre da zona oeste da capital. Os números mostram a realidade dos extremos da cidade: são 58,3 anos contra 80,9 anos. A média da capital paulista é de 68,2 anos. A relação entre pobreza, localização geográfica e renda manteve-se como em outros anos. Regiões periféricas, em relação às áreas centrais, continuam registrando altos índices de subdesenvolvimento humano e baixo investimento em infra estrutura.
O coordenador do Mapa da Desigualdade, Jorge Abrahão, diz que essa discrepância é consequência de uma somatória de fatores e ressalta a importância do olhar do poder público. “Os lugares que têm os melhores atendimentos de saúde, de educação, de mobilidade, acesso aos transportes de massa, são os lugares onde, via de regra, a renda média é maior. Então existe uma inversão nisso muito clara. A nossa sociedade, digamos assim, está viciada em permanecer com as desigualdades e nós precisamos entender que é um trabalho da gestão pública, que é um entendimento das empresas privadas e da sociedade, que todos temos interesse em uma sociedade mais equilibrada”, afirmou. A pandemia acentuou ainda mais esse contraste. Os óbitos causados pela Covid-19 nos bairros periféricos da zona leste evidenciam esse cenário. Enquanto a média geral de mortes na capital paulista foi de 18,3%, o Parque do Carmo, por exemplo, registrou 23,4 % dos óbitos. O Mapa da Desigualdade traz ainda um retrato do feminicídio.
Fonte: Jovem Pan