Profissionais de serviços essenciais relatam medo e cansaço na pandemia

Além dos trabalhadores da saúde, outros profissionais de serviços considerados essenciais também convivem com o medo e rotinas exaustivas durante a pandemia

Um ano. Esse é o tempo que Patricia Ferreira Netto está prestes a completar dentro de uma UTI de Covid-19. Logo no início da pandemia, a médica, que já chegou a trabalhar 40 horas direto, passou a tratar pacientes graves da doença e não parou mais. Ela conta que sente o cansaço de toda a equipe, mas sabe que, enquanto os pacientes não pararem de chegar, o trabalho não termina. “Eu acho que tem essa questão do desânimo, tem essa questão do cansaço depois de quease um ano, mas o que estimula a gente a continuar é saber que essa pandemia está aí, os pacientes estão chegando e eles precisam de você. Dá vontade de desistir, parar de trabalhar, mas a gente vai continuando pelo próprio paciente.”

Nos últimos dias, o Brasil voltou a registrar mais de mil mortes diárias pela doença; o número total de óbitos já ultrapassa 203 mil e, o de casos, 8,1 milhões. Caroline Mazeto Pupo, que também trabalhou na UTI de Covid-19, explica que além do cansaço físico e emocional, o maior sentimento é o de frustração. “Estamos desesperados por uma vacina. É o que a gente precisa agora para tentar acalmar o nosso coração em termos de parar de termos pacientes que não entendemos o porquê evoluem mal. Temos pacientes jovens que são rapidamente entubados, que vão a óbito, e isso leva a uma sensação de frustração muito grande.”


Fonte: Jovem Pan

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