‘Sofrimento não tem a última palavra’, diz Dom Odilo em mensagem de Páscoa

Celebrações do Sábado Santo e da Páscoa serão feitas de forma online para que todos acompanhem de casa

O arcebispo metropolitano de São Paulo, cardeal Dom Odilo Scherer, passou uma mensagem de esperança aos fiéis nesta Sexta-Feira Santa. “Na Páscoa, celebramos a passagem de Jesus Cristo para a morte e para a vida. Lembrando disso, recebemos a mensagem da superação e da esperança. Uma mensagem que nos diz sobre a dor, a morte, a maldade, a injustiça. Jesus foi condenado, torturado e morto na cruz inocente. E Jesus Cristo está vivo. O sofrimento não tem a última palavra. Jesus Cristo ressuscitou, ele nos dá esse sinal. Nós podemos ter esperanças de que não seremos esmagados pela morte, dor e sofrimento se temos fé em Deus.”

Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, o cardeal lembrou que as igrejas estão abertas para que os religiosos façam suas orações pessoais, mas que as celebrações do Sábado Santo e da Páscoa serão feitas de forma online para que todos acompanhem de casa. “É a maneira que nós temos. A Páscoa é a celebração central do cristianismo, mas neste ano, mais uma vez, não é possível nos encontrarmos. E colaboramos com o esforço geral para evitar o contágio do vírus e a difusão da pandemia”, afirmou. “São momentos difíceis, com certeza. Mas não estamos sozinhos. Isso não é um consolo, mas de alguma forma nos dá coragem de encarar a situação.”

Dom Odilo Scherer destacou que, apesar de isolados de forma física, existem outras formas de se comunicar. “Todos os familiares, parentes e vizinhos podem dar uma ajudinha para quem está isolado. Dar um sinal de vida, uma palavra, uma mensagem. Isso tudo é possível para ajudar a mitigar a solidão. Como uma pessoa de fé, convido todos para viverem esse momento com fé, como pessoas que rezam, esperam e buscam forçar para esse momento”, completou. Para a próxima Páscoa, o cardeal espera que já tenhamos saído da pandemia e que todos estejam vacinados o quanto antes.

No pós-pandemia, ele espera maior fraternidade das pessoas. “Espero que tenhamos crescido todos nós na compreensão da nossa dimensão humana. Somos humanos, não somos semideuses. Temos que reconhecer nossa fragilidade, nossos limites. Todos fomos derrubados por um vírus que ninguém enxerga. Espero que a humanidade, depois da pandemia, possa ser mais solidaria e fraterna, percebendo que sozinhos não vencemos batalhas como essa.” Ele alertou para a necessidade de doações aos pobres, principalmente em momentos de crise, que continuam batendo nas portas das igrejas em busca de comida. “A fome não acabou, as necessidades do povo não acabaram.”


Fonte: Jovem Pan

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