Desperdício: Marília joga fora 42 milhões de litros de água por dia

Marília joga fora, por dia, 42 milhões de litros de água por causa de vazamentos em redes, ligações clandestinas e furtos do líquido. A quantidade astronômica corresponde a 17 piscinas olímpicas de 50 metros de comprimento por 25 metros de largura.
Esse volume desperdiçado diariamente daria para abastecer Garça, com quase 45 mil habitantes, por pouco mais de três dias nesta época – no calor, o consumo diário nesse município é de 13 milhões de litros de água.
A estatística é baseada no índice de perdas apresentado nesta sexta-feira (27) pelo Daem (Departamento de Água e Esgoto de Marília), obtido com exclusividade pela Revista D Marília.
De acordo o departamento, o índice de perdas na distribuição de água em Marília hoje está na casa dos 45%, ou seja, quase metade de toda água produzida no município não chega ao destino que deveria e se perde no meio do caminho. O índice supera a média nacional que, segundo o Instituto Trata Brasil, está em 38%.
Problemas na tubulação de água que levam ao desperdício e ao desabastecimento são frequentes em Marília. Nesta sexta-feira (27), por exemplo, a adutora do Sistema Cascata, que abastece grande parte da zona leste da cidade, se rompeu, com prejuízo aos bairros Aeroporto, Novo Horizonte e adjacências, além de parte do Maria Izabel e da avenida das Esmeraldas. A manutenção foi feita no mesmo dia.
O diretor executivo do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica), Denis Emanuel de Araujo, considera excessivo o nível de perdas de água em Marília e destaca que o índice ideal de perdas ficaria abaixo de 30%.
“Marília perde muita água tratada e isso tem um custo. É preciso investir em micromedição e em macromedição e desenvolver um plano de combate às perdas”, destaca.
A micromedição é feita pelos hidrômetros nas residências e a macromedição mede a vazão de água na tubulação, na rede. “Marília precisa de muito mais macromedidores, são poucos que existem, e precisa renovar os hidrômetros, quando se passam 3 anos já dão problema. Como o hidrômetro é do proprietário, fica difícil fazer a troca”, afirmou.
O vice-presidente do Daem, João Augusto de Oliveira, destacou o trabalho para reduzir as perdas. “Ações constantes em serviços de correção de vazamentos, identificação de furtos e recuperação de receita são realizadas pelo Daem para conter as perdas”, declarou.

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Denis Araujo, diretor executivo do DAEE, defende plano de combate às perdas

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