A energia tem pesado no bolso da brasileiro e vai ficar ainda mais cara. Nesta terça-feira, 31, o governo federal anunciou a criação de uma nova bandeira para tarifar o consumo: a por escassez hídrica. Com a mudança, que vai vigorar até abril de 2022, o consumidor vai pagar um valor extra de R$14,20 a cada 100 quilowatts hora usado, com projeção de um aumento de 6,78% na tarifa média. A medida não é válida apenas para o Estado de Roraima e para famílias inscritas na tarifa social, que somam cerca de 12 milhões de consumidores. Também nesta terça, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, fez um pronunciamento em rede nacional para justificar a medida. Segundo ele, o Brasil passa pelo pior cenário hídrico dos últimos 91 anos, mas negou risco de racionamento. “Todos os cenários que nos possuímos e os modelos computacionais utilizamos indicam que temos a oferta suficiente para a demanda do sistema. Essas medidas que estão sendo adotadas estão surtindo o efeito que se espera? Estão surtindo efeito que se espera. Estamos em condições melhores do que estávamos no início do mês de agosto.”
O governo federal pede economia e lançou um programa de redução de consumo. Quem conseguir reduzir no mínimo 10% na conta de luz no período de setembro a dezembro deste ano, ganhará um bônus de R$ 50 a cada 100 quilowatts/hora reduzido. O especialista em assuntos de energia, Vinicius Teixeira, avalia que é melhor ter o aumento agora na forma das bandeiras extras do que diluído no reajuste tarifário das distribuidoras mais adiante. “Não elevar tanto essa bandeira, manter ela um pouco mais baixa por um período prolongado, que seria para diluir essa inflação entre 2021 e 2022. O governo sabe que o número que vai ficar no final é que vai fechar o ano da inflação”, disse. O governo chegou a cogitar elevar a bandeira até R$ 20 vigorando por um período mais curto. Além dos consumidores residenciais, também tem mudança para os grandes consumidores. Isso porque a partir desta terça-feira as indústrias vão poder aderir ao programa de incentivo à redução de consumo de energia. Segundo o governo, o objetivo é diminuir o uso nos horários de pico, quando há maior demanda.
Fonte: Jovem Pan