A missa de Natal da Catedral da Sé, no centro de São Paulo, foi realizada às 11 horas da manhã, assim como nos anos anteriores. Mas a celebração precisou ser diferente por causa da pandemia do coronavírus. Se antes faltavam cadeiras para acomodar todos os fiéis, agora sobram, mesmo com a redução de 1200 para 800 assentos. Além disso, os lugares nos bancos estão intercalados, para que haja o distanciamento social. Ao entrar na Igreja, cada fiel teve a temperatura do corpo aferida e recebeu álcool em gel. A eucaristia foi celebrada, mas com alterações. Antes do sacramento, as pessoas receberam álcool em gel; a máscara só podia ser abaixada na hora de receber a hóstia, que era entregue nas mãos e não na boca. O momento também foi silencioso, sem a tradicional troca de palavras entre o padre e o fiel. A Ana Maria Pinto é autônoma e sentiu falta de alguns atos simbólicos que foram proibidos com a pandemia. “Acho que agora, com essa pandemia, fica mais distante as coisas. A gente podia dar paz era diferente.”
A advogada Silvia Pinheiro contou que só se sentiu segura para ir à missa, pois sabia que a catedral estava seguindo os protocolos sanitários. “Eu vi mesmo porque nos últimos domingos eu tenho vindo participar e já tinha observado que os cuidados estavam sendo tomados”, comenta. Quem não estava confortável para ir presencialmente à catedral da Sé pôde acompanhar a missa pela internet. A celebração foi feita pelo cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, que afirmou que, em um ano tão turbulento como este, é importante celebrar o Natal, que representa a esperança. “É uma mensagem justamente de acolhida, mensagem de fraternidade, de solidariedade, isso não podemos de deixar de dizer, nesses dias, por mais que sejam restritivas as medidas”, diz. Dom Odilo Scherer também deixou uma mensagem para os fiéis. “Deus pensou em nós, Deus pensa em nós. Ele nos enviou o seu filho para reunir a humanidade em uma grande família de irmãos, ele valorizou a nossa condição humana, a nossa pobreza, a nossa miséria, as nossas dores e veio nos estender a mão”, afirma. As atividades religiosas estavam permitidas neste dia 25 em São Paulo, embora o estado tenha entrado na fase vermelha, a mais restritiva do plano de contingência do governo estadual.
*Com informações da repórter Nicole Fusco